MENSAGENS FINAIS

QUEM SOMOS NISTO CREMOS ESTUDOS JUDICIAIS CARTAS

CLERICALISMO na IASD

publicado em português no Livro "Guardiões da Fé"

Colin D.& Russel R.Standish.

   Um fenômeno inquietante esta tomando conta da Igreja Adventista do Sétimo Dia. De um lado vemos em muitas congregações uma tendência crescente para o congregacionalismo, e do outro, vemos sinais de um domínio hierárquico funesto. Talvez ambas sejam interdependentes.

     Quanto mais as congregações procuram aumentar sua independência, mais os lideres da Igreja, perplexos, buscam impor restrições cada vez maiores sobre os membros da Igreja e sobre as congregações individuais.

       Isto por sua vez faz com que algumas igrejas mostrem uma maior independência da Associação. E o proverbial problema de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. A tendência para um congregacionismo cada vez maior pode ser vista no numero de pregadores adventistas independentes que são cada vez mais convidados pelas igrejas (muitos desses ministros têm se levantado por causa da evidente negligencia da maioria de nos pastores em mantermos os padrões  adventistas e pregarmos nossas mensagens distintivas. Essa tendência tem se popularizado à medida que ministros e crentes independentes procuram ouvir mensagens mais desafiadoras). Isto pode ser melhor visto no fato de que agora, mesmo em igrejas relativamente pequenas, se tornou comum para os lideres das Associações nos EUA consultarem extensivamente os lideres das congregações sobre a escolha dos pastores para suas igrejas.

Av tendência à dominação hierárquica é evidente em muitas esferas. Devido ao crescimento no número de pastores adventistas do sétimo dia independentes pregando nos púlpitos, tem acontecido uma tendência também crescente, por parte da Associação, na tentativa de controlar a situação. Desta forma cada vez mais as associações estão formulando uma legislação exigindo que ninguém pregue dentro das igrejas sem a aprovação da Missão. Isto pode ser percebido também no aumento estarrecedor ativismo político nas eleições em todos os níveis, desde a igreja local até à Conferencia Geral. Esta questão com freqüência envolve controle e manipulação.

       Alguns lideres de igreja erroneamente acham que os ministros independentes são um desafio à Igreja organizada oficialmente. Isto é uma insegurança desnecessária por parte desses lideres, muitos dos quais imaginam que vastas somas de dinheiro são desviadas dos cofres da Associação por esses pregadores. Quando a Conferencia Bíblica do Hartland foi realizada na Holanda, em 1986, grandes rumores foram espalhados de que a equipe de pregadores reuniu 800.000 guilders ($US 400.000). A verdade foi que eles arrecadaram pouco mais de 1.000 guilders ( $US 500) da venda de livros, não recebendo quaisquer outras verbas.

         Na verdade a maioria dos pregadores intinerantes fortalecem a confiança do povo de Deus e muitos se esforçam por encorajar a mordomia desses crentes. Apesar disso, muitos líderes da Associação estão atualmente inclinados a elaborar planos para bloquear esses ministros.

        Extrapolam as responsabilidades de sua ordenações ao tentar impor suas vontades sobre as congregações, a quem pertence o direito de escolherem aqueles que devem ministrar as suas próprias necessidades espirituais. Nenhum membro da Associação deveria usurpar esse direito.

        Ao invés disso deveriam nossos líderes examinar as razões que fazem com que muitos do nosso povo desejem ouvir a palavra de Deus direta, clara, sem mistura de dúvidas. Talvez o correspondente religioso da Newsweek tenha dado uma orientação sobre este assunto quando, ao falar de outras igrejas protestantes, declarou: “Os sermões de domingo sobrevivem e claro, mas como breves homilias para o desatento, celebradas por pregadores ansiosos por agradar”

( Newsweek, 20 de outubro de 1986).

        É possível que algumas pregações em nossas igrejas alcancem apenas esse nível? Seria esta a razão pela qual almas sinceras anseiam ouvir o alimento da palavra? Ousaria qualquer líder ou pastor interpor-se como uma barreira a impedir que o povo de Deus a Sua Palavra?

Não nos esqueçamos de que o movimento do advento surgiu como resultado das bênçãos espalhadas pelos pregadores intinerantes. Estaria a Igreja Adventista dos nossos dias fechando suas portas para a pregação de Guilherme Miller?. Com toda a honestidade temos que admitir que algumas  o tem feito. O mesmo seria verdade para aqueles grandes reavivadores, Tiago e Ellen White.

       Nenhum presidente de Associação ou diretor de igreja ponha sobre os seus ombros a responsabilidade de ditar o que o povo de Deus ouvirá ou deixará de ouvir. Os lideres não estão, muitas vezes, em melhores condições de fazer tal julgamento do que as próprias congregações. Além do mais, temos sido expressamente proibidos de assumir tal atitude.

      Muitos que tinham um conhecimento de Deus e Sua Lei, não apenas rejeitaram a mensagem dos pregadores da justiça em si mesma, mas usaram toda sua influência para impedir outros de serem obedientes a Deus.(Sinais dos Tempos, 1 abril de 1886).

Caso vejamos perigo no convite a um pregador, é nosso dever advertir, mas não coagir o povo de Deus. Ele pode estar certo e nós errados. Se através de um erro de julgamento o rebanho convida alguém ao púlpito que venha apresentar falsidades, a verdade refulgirá em toda a sua luz por contraste com o erro.

     A verdade é eterna, e o conflito com o erro apenas tornará manifesta a sua força . (TM 107).

Desde 1740 quando o grande pregador intinerante metodista George Whitefield, conduzia homens e mulheres a unirem-se a uma vida santificada, muitos reavivamentos têm vindo do ministério de homens e mulheres dispostos a levarem sua fé à aqueles que anseiam por ouvi-la. De forma clara tem havido “uma competição por ouvintes entre os pregadores intinerantes oferecendo pregações dramáticas, e o educado clero eclesiático com as mais suaves admoestações”. (Newsweek 20 de outubro de 1986). Um dia o papel do reformador foi acoroçoado em nossa igreja e, como pastores, nós não devemos permitir que a dominação hierárquica obstrua este ministério ordenado por Deus.

      Que aqueles que procurem reger sobre seus companheiros obreiros possam estudar para saberem a qual espírito eles pertencem. Deveriam buscar a Deus com jejum e oração e em humilhação de alma.(9T, 275).

      A visão da  igreja Católica sobre o papel do clero como dirigentes dos membros leigos foi expressa em 1906 pelo Papa Pio X em sua encíclica papal Vehementer Nos. Assim como as multidões de pessoas, eles [os leigos] não tem outro direito qualquer a não ser o de permitirem-se ser conduzidos e seguirem seus pastores como mansos rebanhos.

  Nenhum pastor adventista do sétimo dia que tenha bom senso poderá aceitar esta visão terrível.    No entanto, cada vez mais, alguns de nossos lideres estão abertamente exigindo uma atitude hierárquica semelhante à adotada pela Igreja Católica Romana. Demonstremos este fato.

      O longo processo do Dr. Derrick Proctor contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi finalmente decidido em 29 de outubro de 1986. Proctor perdeu o caso no qual ele afirmava que a igreja e várias de suas entidades conspiraram ilegalmente para interferirem no seu negócio de venda de livros, em uma violação às leis de conspiração e anti-truste. A estratégia principal da Associação Geral neste caso foi o de convencer a corte de que a igreja Adventista do Sétimo Dia é essencialmente uma Igreja hierárquica na qual as diretrizes e ordens da Associação Geral têm autoridade implícita sobre todas as outras entidades da igreja. A associação Geral apresentou que “ao lado da igreja Católica Romana, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a mais centralizada de todas as principais denominações Cristãs deste país. ” (Student Moviment Student paper of Andrews University, 06 de novembro de 1986).

   Todo verdadeiro ministro deve apartar-se dessa usurpação de autoridade.

    No conselho Anual de 1986, realizado em outubro, no Rio de Janeiro uma moção aparentemente inocente passou, permitindo a Associação Geral planejar uma estratégia mundial para a conclusão da obra. Poucos foram os delegados que perceberam que esta moção seria usada imediatamente pelos líderes para exigir que a partir de 1988 o uso de  todo o orçamento para a obra missionária no estrangeiro seria determinada pela Associação Geral ao invés de em cada divisão local, onde estão as necessidades e por isso mais aptas a fazerem estas determinações.

     O que tem sido dito da Igreja Anglicana às vezes parece aproximar-se da atitude de alguns dos nossos ministros.

Sir Kenneth Grubb queixou-se de que “a Igreja da Inglaterra não dá a nítida impressão de que está interessada em seus membros leigos, antes parece dirigi-los ou amedronta-los. ”

(Alayman Looks At The Church).

Há  mais de quarto de século atrás, Colin foi designado para uma subcomissão da sessão da Grande conferência de campo em Sydney. Estando com apenas vinte e oito anos aquela época , foi intimado por seus três companheiros de subcomissão, todos com idade acima dos sessenta e com anos de serviços prestados à denominação. Uma igreja enviou uma delegação chefiada por seu pastor para recomendar que o relatório do comitê de nomeação fosse mantido para a próxima sessão da Associação (uma questão de horas) a fim de dar tempo para a sua devida consideração. Em uma discussão posterior, Colin mencionou que ele via mérito real na proposta.

Os outros três membros da comissão olharam-no com espanto. “Você é apenas um jovem ” disse o chefe da comissão, “nós, com a vantagem de nossa experiência, jamais recomendaríamos essa proposta pois você descobriria que os leigos, muito provavelmente, tentariam derrubar o relatório caso fosse lhes dado tempo para reunir forcas”.

Sentimos naquela época que essa visão era muito indigna de nossos fiéis leigos. Nem o decorrer do tempo nem nossa ordenação alterou nossa opinião.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia foi estabelecida sob a direção de Deus, portanto, nem de forma independente nem hierárquica. O Senhor estabeleceu uma forma representativa de governo, um governo cuja base estava nos membros da igreja local, através de todos os níveis da igreja, até à Associação Geral. Desta forma os membros formavam a igreja ; e a Igreja, por sua vez, era responsável por escolher as lideranças da União e as uniões, por escolher a liderança das Divisões e da Conferência Geral.

Portanto a autoridade da Igreja foi investida nos níveis inferiores da organização mais do que nos superiores. No entanto é verdade que a Igreja possui autoridade para excluir aqueles membros que não estão mais em harmonia com os ensinos e práticas da Igreja. As associações têm autoridade que ocasionalmente tem sido usada para desfilar uma igreja da irmandade das igrejas. Em teoria, a União tem autoridade para desfilar as associações, e a Divisão, as uniões, e a Conferência Geral, a divisão. Até onde sabemos até agora, nesses níveis, isto na verdade nunca ocorreu. No entanto, deveria haver um aconselhamento por parte de cada nível a fim de que fosse mantida a harmonia e a pureza da Igreja de Deus.

Quando em 1863 a Associação Geral foi estabelecida, o formato era muito simples: Associação Geral e algumas associações locais. Mas como a obra de Deus rapidamente assumiu proporções internacionais, maiores necessidades foram sentidas e o alargamento das bases foi previsto. Sob a liderança do presidente da Associação Geral George Buttler, grandes esforços foram feitos para os processos de centralização e organização mais hierarquizada sob domínio da Associação Geral.

Mas o Senhor, através da irmã White, desaprovou essa organização. Ficou muito evidente que Deus É Um Descentralizador. Sua ordem foi para espalhar os fiéis. O conselho foi contra os centros de Jerusalém onde grandes congregações de adventistas iriam se apinhar e esquecer o ministério que Deus havia posto sob sua responsabilidade. Esses centros se tornariam importantes espiritualmente e cada vez menos convencidos do grande chamado para concluir a obra de Deus na terra.

Assim à medida que a Igreja crescia, houve ordens da parte de Deus para a descentralização da obra. Na sessão da Associação Geral de 1901 a ordem era para que fosse retirada a liderança das mãos de um homem e repartida.

A irmã White foi instruída de que deveríamos ter vários presidentes de Associações Gerais Regionais  em muitas partes do mundo. Conquanto esse plano pudesse parecer uma avenida para a falta de unidade, foi-lhe mostrado que, na verdade, isto traria uma maior unidade para a obra de Deus. Todavia, por volta de 1903, a idéia de descentralização foi completamente rejeitada. Era difícil para os adventistas do sétimo dia conceberem modelos de organização diferentes dos existentes no mundo em geral.

A centralização e autoridade foram aumentadas neste século pela produção de um Manual da Igreja. No começo de 1883, uma comissão foi estabelecida pela Associação Geral a fim de examinar a possibilidade da organização de um manual de igreja. A comissão de forma unânime rejeitou a idéia pelas seguintes razões:

É a opinião unânime dessa comissão, designada para avaliar a questão do Manual, que não seria recomendável o Manual da Igreja. O consideramos desnecessário por que já temos vencido as maiores dificuldades com relação à organização da Igreja sem um manual, e perfeita harmonia há entre nós sobre este assunto.

Pareceria a muitos como um passo em direção à formação de um credo ou de uma disciplina, outra além da Bíblia, algo contra o que sempre temos nos posicionado como denominação. Caso tivéssemos um, recearíamos que muitos, em especial os que estivessem começando a pregar, estudassem-no a fim de obter orientação em assuntos religiosos ao invés de procura-la na Bíblia e na orientação dO Espírito de Deus, o que tenderia ser um obstáculo à experiência religiosa autêntica e ao conhecimento da mente dO Espírito. Foi ao adotar passos semelhantes que outros grupos Cristãos começaram a perder sua simplicidade e tornaram-se formais espiritualmente sem vida. Por que razão deveríamos imita-los? A comissão considera finalmente que nossa disposição deveria ser em direção à Bíblia e em estrita conformidade com a mesma, ao invés de elaborarmos minuciosamente todos os pontos de regulamento e administração da Igreja.(RH de 20 de novembro de 1883).

Elder George Butler, então presidente da Associação Geral, escreveu um artigo dando aos lideres as razões pelas quais não seria recomendável a publicação de um manual de igreja. Esse artigo apareceu na Review and Herald  de 27 novembro de 1883. Observemos uma parte dele:

 Quando até mesmo os irmãos que eram favoráveis a um manual alegaram que essa obra não devia ser nada semelhante a um credo ou disciplina, ou ter qualquer autoridade para estabelecer ponto de disputa, mas deveria ser considerado apenas como um livro contendo sugestões para ajudar aqueles de menos experiência, ficou evidente, contudo, que esta obra, publicada sob os auspícios da Associação Geral, carregaria de imediato consigo um peso de autoridade e seria consultada pela maioria dos jovens ministros. Ele gradualmente daria formas e moldaria toda a congregação; e aqueles que não o seguissem seria considerados em desarmonia com a ordem de princípios da Igreja estabelecida. E na realidade, não ;e esse o objetivo de um manual? Qual deveria ser a utilidade de um manual a não ser a de alcançar este resultado? Mas seria este resultado, como um todo, um benefício? Seriam nossos ministros homens mais generosos, autênticos e confiantes? Seriam eles homens mais confiáveis nas grandes emergências? Sua experiência espiritual porventura seria mais profunda e seu julgamento mais confiável? Cremos que a tendência seria para a direção oposta... Temos mantido a simplicidade, e temos prosperado em agir assim. É melhor que permaneçamos assim. Por essas e outras razões o manual foi rejeitado. É provável que ele jamais seja apresentado novamente.

Aqui Butler errou em sua previsão. Em 1932 um manual foi votado. Por muitos anos o manual pareceu ser de considerável valor para a Igreja, porem passo a passo as mudanças ocorreram, incluindo as mudanças no começo dos anos cinqüenta que começaram a abrir as comportas em termos de moralidade dentro da Igreja. Essa modificação liberalizou a questão do divórcio e re-casamento.

No entanto, muitos crêem que foi a votação, em 1980, da nova declaração de crenças que produziu a maior ameaça à igreja. Cada vez mais percebe-se que a declaração de crenças fundamentais, adotadas naquela época, está limitando a pregação dentro da Igreja em muitas áreas tais como a natureza de Cristo, a natureza da salvação e da expiação. Nos é dado um exemplo dessa tendência:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem 27 crenças fundamentais. Elas são básicas e gerais e deixam  muita margem para o estado e a interpretação pessoal. Mas não deveríamos pôr um questionamento doutrinário particular, não importa quão acariciadamente o sustentemos, no nível de fundamental. (Adventist Review, 2/7/87).

As declarações têm sido deixadas vagas o suficiente para tornar difícil para homens e mulheres pregarem a certeza da mensagem de Deus, com o mínimo grau de segurança nessas áreas. Na verdade, a Declaração de Crenças, embora não represente um credo em sua natureza, está sendo cada vez mais usada por alguns administradores da Igreja desta forma. Caso essa tendência continue, o que será inevitável, caso não haja uma mudança, sem qualquer dúvida, esses tipos de crenças ambíguas tragarão a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não podemos permitir que isso ocorra.

Em 1981 em um encontro na capela  da Faculdade de Avondale, ao qual Russel estava presente, um orador, então funcionário da Divisão, debatia que os adventistas do sétimo dia não estavam obrigados a aceitar o fato de que o santuário celestial tivesse dois compartimentos, uma vez que o número de compartimentos não estava mencioado na declaração de crenças de Dallas. Isto é radicalismo da pior espécie. Os adventistas do sétimo dia não acreditam em uma declaração de crenças; ao invés disso, eles aceitam “toda palavra que procede da boca de Deus ”. Certamente Deus nos informou em palavras inequívocas que seu santuário tem dois compartimentos (ver Cristo em seu santuário, p.14). Em opinião tais como as aqui apresentadas, repousam os reais perigos do mau uso de tais declarações de crenças.

É inquestionável que os motivos de um manual de igreja e do estabelecimento de declarações são nobres. Como em outras igrejas, esses têm sido apresentado para definir a crença para os fiéis, bem como para aqueles recém-interessados na fé e para aqueles fora da fé. Depois, no entanto, elas se tornam um modelo rígido pelo qual toda a ortodoxia é avaliada e a disciplina da Igreja é estabelecida.

Cada vez menos a Bíblia é apresentada como o árbitro da fé e mais e mais seu papel é usurpado pela declaração de crenças. Essa tendência é perigosa e deve ser revista se quisermos permanecer em um caminho claro.

No entanto, como declararmos antes, devemos ser muito cautelosos para não nos dirigirmos rumo a uma independência totalmente destituída do conselho do conselho dos irmãos. Acreditamos que não há uma declaração que melhor equilibre toda a situação do que a que está no nono volume dos Testemunhos, escrita pela irmã White aos delegados da sessão da Associação Geral, em 30 de maio de 1909, reunida em Washington D.C.

Ó, como Satanás se regozijaria caso pudesse ser bem sucedido em seus esforços  de infiltrar-se entre este povo e desorganizar a obra em uma época quando total organização é essencial e será o maior poder capaz de afastar levantamentos espúrios e refutar pretensões que não sejam endossadas pela Palavra de Deus!

Precisamos manter as linhas de forma equilibrada, para que não haja interrupção no sistema de organização e ordem, que tem sido construído por um trabalho sábio e cuidadoso. Não se deve dar autirizacão aos elementos de desordem que desejam controlar a obra neste tempo.

Alguns têm promovido a idéia de que, como estamos próximo do fim do tempo, cada filho de Deus atuará independentemente de qualquer organização religiosa.

No entanto, tenho sido instruída pelO Senhor de que nessa obra não existe algo como cada homem ser independente.(9T. 258).

No entanto, a irmã White, ao considerar execrável a anarquia dentro da Igreja, considerou da mesma forma abominável a tirania.

Por outro lado, os lideres dentre o povo de Deus devem guardar-se contra os perigos de condenar os métodos de obreiros individuais que são conduzidos pelo Senhor a fazer uma obra especial que poucos estão aptos a realizar. Que os irmãos com responsabilidades na Igreja sejam cautelosos ao criticar movimentos que não estão em perfeita harmonia com seus métodos de trabalho.

Não presumam que todo plano deva refletir a sua própria personalidade. Não temais confiar em outros métodos; porque por negar sua confiança a um irmão obreiro que com humildade e zelo consagrado está fazendo uma obra especial da maneira por Deus apontada, estarão eles retardando o avanço da causa da Deus.(9T. 259)

A obra Do Senhor é prejudicada ou pela desorganização ou pelo supercontrole da liderança. A Igreja é estorvada tanto congregacionismo quanto pelo hierarquismo.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia acredita na doutrina protestante básica do sacerdócio de todos os crentes. Ela não crê que Deus dotou teólogos e ministros com um dote especial de entendimento da Palavra de Deus.

Cremos que é chegado o tempo de repensar o sistema usado para indicar os pastores de igreja. No início da Igreja Adventista, pastores distritais eram designados ao invés de pastores de igreja. Os pastores distritais não eram designados para nenhuma igreja em especial, mas nomeados para uma cidade ou região em particular com o objetivo primeiro de evangelizar aquela área. Nós bem recordamos dessa situação ocorrendo durante nossa infância. Isto não significava dizer que os pastores não pregassem na maioria dos serviços do Sábado, nem que fossem independentes da igreja. Todavia, as funções básicas da igreja eram exercidas pela liderança leiga. Os leigos também assumiam a responsabilidade de lidar com as necessidades físicas dos membros da igreja bem como suas necessidades materiais.

Diferente da situação atual, em que é provável que, caso um membro da igreja venha a adoecer, pede-se ao pastor que o visite; esta obrigação era anteriormente a função dos anciãos, diáconos, diaconisas e dos membros da igreja.

Essas pessoas eram os pastores do rebanho.

O atual sistema de seguir a prática mundana ao indicar os pastores de igreja tem levado a grande impotência e inércia por parte dos leigos. O pastor tem sido freqüentemente reduzido a babá de membros com distúrbios espirituais e emocionais. O papel do pastor tem se tornado mais o de consolidação e aconselhamento do que o de evangelizar e fazer avançar a mensagem de salvação.

Em algumas de nossas maiores igrejas não é raro ver mais de cinqüenta pastores ordenados nos bancos da igreja durante os serviços de sábado e um staff pastoral de aproximadamente dez pessoas. As energias da Igreja e os recursos humanos de seus membros estão sendo lamentavelmente subestimados.

No principio da Igreja Cristã não era como hoje, e nós devemos de muitas formas copiar a Igreja do inicio da era Cristã. Paulo. Pedro, João e outros apóstolos estavam na dianteira do ministério, convertendo homens e mulheres, do paganismo e do judaísmo para o evangelho de Jesus Cristo. Os anciãos eram nomeados para consolidar os membros da Igreja. Os diáconos eram designados para cuidar das necessidades físicas dos membros da Igreja, enquanto os evangelistas avançavam. Seguramente eles não abandonavam sua responsabilidade para com as igrejas que haviam estabelecido, mas a consolidação dos membros e o desenvolvimento da Igreja eram deixados principalmente nas mãos da liderança leiga. Mas, rapidamente o clericalismo tomou conta da Igreja e os anciãos leigos tornaram-se clérigos que, por sua vez, dominaram a direção da Igreja.

Quando houve chamado de pastores para as igrejas adventistas do sétimo dia que estavam bem estabelecidas, a irmã White deixou claro que era para áreas em que não havia um testemunho forte da verdade que os pastores deveriam ser requisitados.  Temos uma situação hoje onde ainda a maior parte das áreas de nossas cidades e interiores não têm impulsos evangelísticos fortes. Se aos nossos leigos fosse dada a responsabilidade de liderança no pastoreio dos membros da Igreja, no líder com os negócios e outras atividades locais da Igreja, então o pastor poderia cumprir a responsabilidade e a oportunidade de fazer avançar o evangelho. Os nossos leigos seriam enriquecidos por suas responsabilidades e a Igreja seria fortalecida sob sua liderança.

O papel atual do pastor o tem com freqüência conduzido a dificuldade  significativas. Em primeiro lugar, sua estreita relação com os assuntos da Igreja tem freqüentemente colocado-o na posição hostil de ter que tomar partido, diminuindo a eficácia de seu ministério de pregação para com aqueles que discordam da posição por ele assumida. A função de conselheiro, que tem-se tornado parte dominante da responsabilidade do pastor, tem freqüentemente levado a trágicas conseqüências Isto tem se demonstrado verdadeiro especialmente quando o aconselhamento tem sido com mulheres que têm problemas conjugais. É um fato lamentável que muitos de nossos pastores, a cada ano, perdem sua integridade com mulheres que por eles têm sido aconselhadas.

Esta forma de ministério está contra o mais claro testemunho Do Senhor que instrui os homens a se absterem de aconselhar mulheres acerca de seus problemas conjugais.

Quando uma mulher relata seus problemas familiares ou queixas de seu marido a um outro homem, ela viole seu voto conjugal; desonra seu esposo e destrói o muro erigido para preservar a santidade da relação matrimonial; escancara a porta e convida satanás a entrar com suas insidiosas tentações.

Se uma mulher vai a um irmão cristão com seu relato de tristezas, seus desapontamentos e provas, ele deveria sempre aconselha-la que caso ela devesse confiar seus problemas a alguém, que ela escolhesse irmãs para suas confidencias e desta forma não haveria aparência  do mal pela qual a causa de Deus pudesse sofrer reprovação. (Lar Adventista, p.338).

Alem do mais, a função do pastor de igreja tem levado cada vez mais o clero a adotar o papel de autoridades finais na Igreja, até que chegue o tempo em que se torne conhecido o veto de pastores às decisões das associações da Igreja. A decisão das comissões de igreja, ou ao exercício severo da pressão eclesiástica sobre essas comissões. Essas decisões estão desafiando perigosamente a autonomia de cada nível de organização. Cada vez mais o pastor se torna um líder ao invés de um servo da Igreja e os leigos estão inclinados a absterem-se das responsabilidades com as quais deveriam elas ministrar na Igreja. Em muitas igrejas os anciãos são pouco mais do que homens que anunciam os hinos nos serviços divinos e oferecem oração ocasional.

Uma reconsideração da idéia do pastor distrital e um  reavaliação do papel dos leigos poderiam fazer muito para reverter essa tendência de indolência e passividade vista entre a maioria dos leigos no mundo acidental hoje. Caso haja algum questionamento sobre isso, basta apenas comparar a vitalidade da igreja naqueles países onde são poucos os pastores e os membros são muitos comparados com o mundo ocidental onde a média de pastores para membros é muito alta. Embora seja errado afirmar que este é o único fator responsável pelo extraordinário crescimento dos membros nos países do terceiro mundo, todavia, não podemos deixar de crer que ele é uma resposta parcial para a questão. Em um lugar no qual os leigos são requeridos para dirigir o culto, as reuniões de oração, os encontros evangelísticos e para ministrarem diretamente as necessidades dos membros, há lugar para um maior crescimento e vitalidade dentro da igreja.        

 

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