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Quem está Roubando a Deus?

by Ricardo Nicotra

Certa ocasião confidenciei a um amigo que devolvia o meu dízimo para a igreja local e não para a Associação. Ele achou tão interessante esta confidência (feita em um e-mail particular, via Internet) que a retransmitiu para uma série de irmãos da comunidade de internautas adventistas. Nesta  retransmissão meu nome foi omitido, mas as características deste testemunho foram suficientes para que muitos conhecidos meus identificassem sua autoria.

Houve uma série de reações em forma de perguntas e argumentações transmitidas a ele e a mim sobre a legalidade deste procedimento. Fui, desta forma, obrigado a responder a estas perguntas e expor de uma maneira mais clara e detalhada as razões para meu procedimento.

Transcrevo a seguir um resumo do meu testemunho e algumas perguntas dos irmãos com os quais pude debater o assunto do dízimo e da administração financeira na IASD.

Resumo do Testemunho

Meu nome é Ricardo Nicotra, tenho 26 anos e sou adventista de berço. Em 1993 deixei de freqüentar a igreja adventista do Ipiranga, São Paulo - com aproximadamente 150 membros - para participar do estabelecimento de um novo grupo no bairro de São João Clímaco. Alugamos um pequeno salão a 100 metros da favela do Heliópolis onde, inicialmente, uma dezena e meia de pessoas se reunia. O salão tinha apenas um banheiro e não tinha janelas, mas apesar de pobre financeiramente este grupinho era rico em ânimo e fervor. Recebíamos naquela ocasião uma ajuda de custo da Associação Paulistana equivalente a 50% do aluguel do salão.

Dois anos se passaram e o número de membros triplicou. Em 1995 éramos aproximadamente 40 irmãos e o salão estava ficando pequeno. A classe das crianças durante a escola sabatina era realizada na calçada. Um cenário desafiador estava diante de nós: Precisávamos de uma igreja de verdade, com janelas, salas para as crianças e banheiros feminino e masculino. Mas a questão era: Como conseguir isto? Naquela época deixamos de receber a ajuda de custo da Associação, ou seja, além de arcar com as despesas operacionais (água, luz, limpeza) pagávamos 100% do aluguel. Os irmãos eram dizimistas fiéis, mas bem poucos davam o "segundo dízimo". É bem simples entender a razão: Imagine um jovem solteiro, de classe média, que mora com os pais e ganha R$1.000,00 por mês. Com facilidade ele tira 10% de dízimo e 10% de oferta (“segundo dízimo”), restarão R$800,00 para este jovem. Agora imagine uma família (pai, mãe e três filhos, caso típico em nossa igreja) sem muitos recursos, que mora em casa alugada cuja renda mensal é de R$400,00. É com dificuldade que eles tiram R$40,00 de dízimo. Exigir que tirem mais R$40,00 de oferta não é razoável. Esta é uma das razões pelas quais, em uma igreja pobre, a entrada de dízimos é bem superior à entrada de ofertas. Como os dízimos não ficam na Igreja Local, mas são remetidos para a Associação, ficamos aparentemente sem saída. Mesmo com estas dificuldades a igreja continuava crescendo.

Em 1996 já éramos mais de 50 pessoas, a maioria delas com poucos recursos. Eu era o tesoureiro nesta época. Evitava ao máximo tirar um centavo do caixa da igreja. Às vezes era mal interpretado e impopular, mas com as bênçãos de Deus, no final de 1996 tínhamos em caixa quase 30 mil reais. Acredite se quiser! Uma fortuna, considerando-se o tamanho da igreja e a condição financeira dos membros, mas um valor pequeno para se pensar em comprar um terreno ou imóvel.

No início de 1997 começamos a fazer uma pesquisa para adquirir a sede própria e nos livrarmos do aluguel. Encontramos uma casa à venda por 60 mil reais, mas tínhamos apenas 33 mil reais. Alguém sugeriu: "Vamos pedir o que falta para a Associação". A Associação após uma análise de retorno de investimento nos ofereceu 5 mil reais. Algumas pessoas que não sabiam o que é "análise de retorno de investimento" se questionavam: "Por que a Associação nos ofereceu só 5 mil reais? Se estamos em um bairro pobre deveríamos ser ajudados com um pouco mais". Os que sabem o que significa "retorno de investimento" descobriram imediatamente que a Associação não via perspectivas de retorno financeiro em uma igreja naquele bairro e, portanto, só nos ofereceu 5 mil reais.

O dono do imóvel nos fez uma proposta interessante: 50 mil reais de entrada mais 5 parcelas de 2 mil reais a serem pagas nos 5 meses seguintes. Só tínhamos 33 mil mais os 5 mil prometidos pela Associação. Foi aí que entrou a figura do Pastor Voltaire Cavalieri, homem santo, doou para aquela que seria a sua última igreja 10 mil reais comprometendo o seu salário pelos próximos dez meses. Conseguimos o restante e fechamos o negócio. Entregamos 50 mil reais, eu assinei 5 notas promissórias de 2 mil reais cada e recebemos o imóvel. Imediatamente começamos a transformar aquela casa em uma igreja. Todo dinheiro que entrava na campanha era destinado à reforma. Conclusão: Eu tive que arcar com o valor de 4 promissórias num valor total de 8 mil reais. Não estou reclamando pois fi-lo com prazer, mas percebi que havia algo de errado na administração financeira da igreja adventista. Por que falta dinheiro na igreja?

Ao longo de 48 meses (de outubro/1994 a setembro/1998) o grupo de São João Clímaco enviou para a Associação uma remessa média superior a 2 mil reais por mês. Onde esses recursos foram aplicados? Se fossem aplicados em um fundo de renda fixa, que rendia aproximadamente 1,5% ao mês, teríamos no final deste período (48 meses) um montante de 153 mil reais. É isso mesmo! 153 mil reais em apenas 4 anos. A  planilha está no final deste documento. Isto é um fato! São números que não podem ser desmentidos. Conclusão: Aquele pobre grupo, que se reunia em um salão alugado a 100 metros da favela do Heliópolis foi explorado pela sua administração. Ao final de 4 anos o saldo do caixa da igreja estaria positivo em 153 mil reais se não tivéssemos sido explorados. Isto só em 4 anos. A grande questão é: Como foi usado este dinheiro? Foi roubado? Foi desperdiçado? Foi aplicado em evangelismo? Onde, como e quais os resultados? Alguma alma foi encaminhada para a salvação através da correta aplicação destes recursos? Ou este dinheiro ainda existe e está aplicado no mercado financeiro?

O único benefício que recebíamos era a visita do pastor em nossa igreja 2 ou 3 vezes por mês e eventuais visitas às poucas famílias que pertenciam ao grupo. Não estou criticando o pastor, mas o trabalho dele fica prejudicado quando tem que cuidar de várias igrejas e acabam não cuidando de nenhuma. Nossa administração não está apenas roubando financeiramente nossas igrejas, está nos roubando espiritualmente na medida em que priva as ovelhas da presença do pastor.

Ao alocar um pastor para várias igrejas a nossa administração faz-nos perceber que a presença do pastor não é vital para o bom funcionamento da igreja. Eu acabei me convencendo deste fato e agora pergunto: Se as igrejas não precisam de pastor por que a administração precisa do dinheiro das igrejas?

Seria impossível não tomar uma atitude diante desta situação. À partir deste momento fiz um pacto com Deus e decidi devolver o meu dízimo (10%) e o meu “segundo dízimo” (10%) ambos para a Igreja Local, não mais para a Associação. Hesitei um pouco no início pois tinha dúvidas se Deus ia retirar suas bênçãos de mim por causa disto, mas finalmente decidi agir de acordo com a minha consciência e aplicar os dízimos naquilo que a Bíblia e o Espírito de Profecia indicam: Evangelismo. Nos meses seguintes percebi que Deus estava me abençoando mais ainda. (Sinceramente não sei se foi por causa disto). O fato é que com o aumento das bênçãos de Deus decidi aumentar o percentual de 20% para 30% o qual mantenho até hoje.

Aplico este dinheiro em evangelismo direta ou indiretamente. Se eu não colocar o meu dízimo naquilo que Deus especificou (evangelismo) estarei agindo contra a minha consciência e contra o objetivo de Deus com respeito ao dízimo: "Para que haja mantimento em Minha Casa".

Algumas pessoas que dizem amar a igreja fecham os olhos para esta realidade e dizem: "Eu faço a minha parte, se a Associação não faz a parte dela os administradores prestarão contas com Deus". Este argumento não tem a mínima consistência e só revela a indiferença de algumas pessoas com as coisas sagradas. Que pai, amando os filhos, irá permitir que eles sejam abusados e roubados por ladrões? Será que o pai, ao ver seus filhos sendo roubados, diria: "Deixem roubar os meus filhos, os ladrões um dia terão de prestar contas com Deus"?

Perguntas e Respostas

Estas perguntas foram adaptadas das discussões que mantivemos com irmãos adventistas na Internet. Não foram feitas ao mesmo tempo e nem pelas mesmas pessoas, mas foram colecionadas e dispostas numa ordem conveniente.

1 - Por que você tomou a decisão de enviar os dízimos para a Igreja Local?

Decidi enviar os dízimos para a Igreja Local para cumprir a ordem bíblica: O sustento da Casa do Tesouro. "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa." (Malaquias 3:10).

2 - Você não acredita que a Casa do Tesouro é a Igreja Mundial, ou seja, a Organização dos Adventistas do 7º Dia? Ou você é contra a Organização?

A Casa do Tesouro é a Igreja, não é o edifício da Associação. Segundo o novo presidente da Associação Geral, Pr. Jan Paulsen, “a Igreja é o povo”. Ele complementa esta realidade dizendo que “o coração do testemunho está na igreja local”. (Leia a entrevista completa na Revista Adventista de Maio/99, pág. 16). Quem leva o evangelho, na prática, é a Igreja Local e não a Associação. Não sou contra a existência de uma administração. Sou contra a utilização dos dízimos para o sustento de uma estrutura administrativa pesada que perdeu o senso de missão, deixando de investir significativamente naquilo que dá resultado: A Igreja Local.

3 - Por que você não aceita o sistema através do qual os dízimos são entregues na Associação e aplicados, em seguida, no ministério evangélico?

Seria ótimo se isto acontecesse, mas infelizmente, na prática isto não ocorre. A obrigação da Associação ao receber o dízimo das igrejas deveria ser aplicá-lo imediatamente para salvar almas. No entanto isso não acontece. Apenas uma parte insignificante do dízimo enviado à Associação é investida em evangelismo. Se você se informar a respeito de como o dízimo é distribuído, concluirá que uma parcela razoável vai beneficiar as escolas e colégios (compra de equipamentos, aquisição de propriedades para escolas, reformas, bolsas de estudo, curso de aperfeiçoamento de professores), outra pequena parte vai para a Voz da Profecia, outra parte é utilizada para as despesas operacionais da Associação, outra parte sobe para a União, outra parte sobe para a Divisão, outra parte sobe um pouco mais: Vai para a Associação Geral. Infelizmente, no final da história apenas uma parte insignificante do dízimo vai beneficiar a Igreja Local­. Digo infelizmente porque é através da Igreja Local que o ministério evangélico acontece na prática. A grande maioria das pessoas que conhecem o evangelho e se batizam o fazem graças ao trabalho da Igreja Local, não em função do trabalho da Associação.

 “Deus não pode olhar para a presente condição com aprovação, mas com condenação. Seu tesouro está privado dos meios que deveriam ser usados para o apoio dos ministros do evangelho nos campos próximos e distantes. Aqueles que proclamam a mensagem da verdade ante grandes congregações e que trabalham de casa em casa, bem como os que fazem trabalho missionário dobrado, de nenhuma forma devem ter seus salários diminuídos.” Ellen White - Manuscript Releases, Vol. 7, pág. 136, parágrafo 2.

“O dízimo deveria ir para aqueles que trabalham na palavra e na doutrina, sejam eles homens ou mulheres” Manuscrito 149 – 1899.

Quem hoje trabalha na palavra e na doutrina? São os leigos. O dízimo deveria ser usado para apoiá-los neste ministério de salvação.

Algumas regras foram elaboradas e acabaram impedindo o retorno do dízimo para a Igreja Local. Exemplo: Se a Associação precisar de um computador o dízimo é usado para adquiri-lo, no entanto se a Igreja precisar de um computador a orientação que vem dos administradores é que não se deve usar o dízimo para isto pois não é considerado “Ministério Evangélico”. Isto é só um exemplo. Você sabia que as contas de água, luz, telefone das Associações, Missões, Uniões, Divisões e Associação Geral são pagas com o dízimo? Você sabia que a zeladoria e outros serviços contratados pelas Associações são pagos com o dízimo? Você sabia que a manutenção física dos luxuosos prédios das Associações, Uniões, Divisões e Associação Geral é feita com o dízimo? Você sabia que todas as despesas administrativas das Associações são pagas com o dízimo? No entanto se usarmos o dízimo para pagar as contas de água, luz e zeladora da igreja seremos acusado pelos autores destas regras, de estar “roubando a Deus”.

Suponha que o aparelho de ar condicionado da sala do presidente da Associação apresente um defeito. As despesas relacionadas ao conserto deste equipamento serão cobertas com o dízimo, mas se você usar o dízimo para comprar Bíblias para os interessados de sua classe batismal vai estar indo contra estas regras humanas.

Este absurdo ocorre porque estas regras relacionadas com a aplicação do dízimo foram inventadas por homens. Note o que Ellen G. White disse a respeito de regras injustas inventadas por homens:

“No centro da obra, estão as questões sendo amoldadas de tal maneira que todas as instituições estão seguindo o mesmo rumo. E a própria Associação Geral se está corrompendo com sentimentos e princípios errôneos. . . . Foi-me mostrado que a nação judaica não foi levada repentinamente à sua condição de pensamentos e práticas. De geração em geração forjavam falsas teorias, seguiam princípios opostos à verdade e combinavam com sua religião, pensamentos e planos que eram o produto de espíritos humanos. As invenções humanas tornaram-se supremas. . . . Planos contrários à verdade e à justiça são introduzidos de maneira sutil, sob a alegação de que isto deve ser feito, ‘porque é para o avanço da causa de Deus’. Mas são as invenções dos homens que levam à opressão, injustiça e impiedade. A causa de Deus está livre de toda mancha de injustiça. Não pode ela obter vantagem roubando aos membros da família de Deus sua individualidade ou seus direitos.” Testemunho para Ministros, pág. 359.

Embora o contexto original deste trecho esteja relacionado com a obra de publicações, percebemos que os mesmos “princípios errôneos” e as “invenções humanas” estão presentes hoje na administração dos dízimos. Note também que esta não é uma repreensão específica, mas genérica: “todas as instituições estão seguindo o mesmo rumo”. É incrível como o ser humano se apega fortemente aos mandamentos inventados por seres humanos. Eu hesitei bastante, antes de decidir aplicar meus dízimos naquilo que Deus, não o homem, determinou: Evangelismo e salvação de almas. Esta hesitação deveu-se em grande parte à pressão psicológica e emocional dos líderes: “Se você não enviar seus dízimos para a Associação estará roubando a Deus”. Isto não passa de uma lavagem cerebral:

"Satanás se esforça constantemente por atrair a atenção para o homem, em lugar de Deus. Induz o povo a olhar para bispos, pastores, professores de teologia, como seus guias, em vez de examinarem as Escrituras a fim de, por si mesmos, aprenderem seu dever. Então, dominando o espírito destes dirigentes, pode influenciar as multidões a seu bel-prazer." O Grande Conflito, pág. 601.

4 – Você é adepto do congregacionalismo? (Congregacionalismo é um sistema de administração eclesiástica onde a congregação é independente, como conseqüência a decisão de como aplicar o dízimo fica sob a responsabilidade da igreja local.)

Não sou adepto do congregacionalismo. Há, basicamente, três formas de administração eclesiástica:

1) Organizacional Justo: Também denominado Representativo. Este é o sistema aconselhado por Deus. É o mais adequado para aqueles que desejam pregar o evangelho para todo o mundo. Os dízimos são remetidos para a sede (Associação) e retornam de maneira justa para as igrejas em forma de assistência espiritual. Os dízimos também são direcionados para o evangelismo em campos não penetrados.

2) Congregacional: Neste sistema a igreja é independente e paga o seu próprio pastor. Tem algumas vantagens e muitas desvantagens sobre o sistema Organizacional Justo. Não cabe aqui uma análise mais detalhada deste sistema que não nos diz respeito.

3) Organizacional Injusto: É a contrafação diabólica do sistema Organizacional Justo. Os dízimos são enviados para a sede do campo e esta se encarrega de repassar parte das verbas para as instâncias superiores da organização e a outra parte das verbas é gasta com a “manutenção do sistema administrativo”. Neste sistema os dízimos não são aplicados na pregação do evangelho e os doadores não têm o direito de saber quanto entra e quanto sai. Embora não seja o sistema recomendado por Deus, é o sistema vigente na IASD.

Neste sistema injusto há muitos absurdos. Um deles está relacionado às auditorias. Estas são realizadas de cima para baixo, ou seja, o receptor do dízimo audita o gerador. A Associação Geral audita as Divisões, a Divisão audita as Uniões, as Uniões auditam as Associações, a Associação audita o tesoureiro, o tesoureiro audita os membros e entrega um relatório para a comissão de nomeações. Para você entender o tamanho desse absurdo imagine uma empresa que recebe recursos dos investidores e depois audita os próprios acionistas. Não deveria acontecer o contrário? Os acionistas é que deveriam auditar a empresa. O membro deveria auditar o tesoureiro, o tesoureiro deveria auditar a Associação e assim por diante. Empresas seculares que recebem investimentos de acionistas contratam auditorias externas para elaborar relatórios de prestação de contas aos investidores. Até o injusto mundo corporativo das empresas seculares é mais justo que o nosso sistema administrativo injusto.

5 - O pastor de sua igreja é remunerado com recursos da Igreja Local ou da Associação?

A maioria dos pastores e pastoras de minha igreja não é remunerada. Apesar de voluntários, eles estão presentes em todos os cultos, conhecem as ovelhas pelo nome, fazem um trabalho intenso de visitação para membros e interessados, ministram estudos bíblicos e conduzem almas ao batismo. Embora não sejam doutores da lei, formados em teologia, participam do ministério evangélico na prática e acabam sendo os responsáveis pelas almas que chegam ao conhecimento do evangelho.

Temos também um pastor remunerado, na verdade 25% de um pastor, pois ele está envolvido com 4 igrejas, não é pastor exclusivo de nossa igreja. Cuida de 4 rebanhos em lugares distintos. Lamentamos que ele esteja presente apenas 2 ou 3 vezes por mês em nossos cultos. Este pastor é o único benefício que a Associação nos provê. Mas note que a Igreja Local envia uma remessa média de quase 3 mil reais para podermos ter este benefício conosco 2 ou 3 vezes por mês. As outras igrejas do distrito remetem à Associação valores semelhantes ou superiores, no entanto têm o mesmo benefício que nós: a presença do pastor 2 ou 3 vezes por mês. Estimo uma remessa mensal do distrito em 15 mil reais. Obviamente este valor não é repassado integralmente ao nosso pastor. Ele deve ganhar­ aproximadamente R$ 4.000,00 (salário + benefícios). O que acontece com os 11.000 reais que sobram da remessa distrital todo mês? Este dinheiro evapora para os níveis mais elevados de nossa administração (Associação, União, Divisão, Associação Geral) e não se converte em benefícios para a Igreja Local. Acaba se convertendo em passagens aéreas, diárias de hotel e outras mordomias que só os pastores administradores costumam gozar. Boa parte deste dinheiro é desperdiçado com funcionários da Obra que bem pouco acrescentam para a Missão da Igreja. Com este dinheiro mais obreiros deveriam estar no campo empenhados no ministério evangélico.

6 - Você não acha que a mão de Deus está no comando e cabe a Ele julgar os atos da administração da IASD? Você acha que é sua função fazer este tipo de questionamento?

A expressão "Deus está no comando" tem sido usada freqüentemente por aqueles que desejam que as coisas permaneçam como estão. Usam este chavão para ignorar os erros sistemáticos e contínuos da administração. É verdade! Deus está no comando do mundo, mas veja como o mundo está confuso! Não devemos nos esquecer que Deus comanda através de seres humanos, e isto quando estes seres humanos se submetem à Sua vontade.

Uma pessoa que peca e se arrepende deve ser perdoada, mas quem peca e continua pecando deve ser repreendido. Os líderes de nossa administração continuam pecando quando privam as igrejas da presença do pastor e as exploram retirando o mantimento da Casa do Tesouro. Deus está no comando, é verdade. Ele comanda a obra através de pessoas cujo objetivo é servir. Estes são os verdadeiros líderes através dos quais Deus comanda sua igreja: Os que servem por amor. Os administradores da IASD, do ponto de vista bíblico, não podem ser considerados líderes pois não estão a serviço do povo, pelo contrário, a igreja está a servi-los. A diferença entre o pastor e o mercenário é que o pastor serve as ovelhas, já o mercenário se serve das ovelhas. Compare o que a igreja concede mensalmente a eles e o que a igreja recebe deles e conclua se eles são líderes ou mercenários. Isto não é uma crítica, é um fato.

“Então Jesus disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo” S. Mateus 20:25-27.

A legitimidade da liderança está em função do serviço prestado à igreja, ou seja, biblicamente líder é aquele que serve. Hoje Deus lidera sua igreja através dos anciãos, diáconos, diretores de departamento, irmãs piedosas, instrutores bíblicos e irmãos missionários e visitadores. Os pastores distritais são colaboradores que visitam a igreja periodicamente dando também o seu apoio, mas a igreja não pode depender deles, pois estão divididos entre várias igrejas. Do ponto de vista da igreja, o pastor é um ministro de tempo parcial, pois comparece às reuniões esporadicamente, já os líderes da Igreja Local são ministros de tempo integral pois auxiliam e ministram em todos os cultos. (Isto do ponto de vista da igreja, não do ponto de vista do pastor que sempre está em alguma de suas igrejas).

Quanto à sua segunda pergunta, a respeito de questionar estes pontos, digo o seguinte: Não espere que um pastor se levante para repreender os erros da Administração. Se isto acontecesse este pastor seria "queimado" imediatamente, ou seja, seria enviado para uma região bem distante, no Norte ou Nordeste do Brasil para cuidar de 20 igrejas. Boa parte dos pastores discorda da maneira como o dízimo é empregado, mas não podem se manifestar a respeito. Sabe por quê? Porque apesar de trabalhar para a igreja, os pastores não são funcionários da igreja. Eles são funcionários da Associação. Quem avalia o seu trabalho, paga o seu salário e decide o seu destino não é a igreja, mas sim a Associação. É como se eu enviasse um dos meus funcionários para trabalhar para você durante dois ou três dias no mês. Ele estaria trabalhando para você mas continuaria sendo meu funcionário. Certamente ele estaria mais disposto a me satisfazer e atender minhas reivindicações do que satisfazer você durante estes dois ou três dias. Por quê? Porque eu pago o salário dele e eu tenho o poder de decidir o seu destino. Portanto, um pastor jamais pode agir de maneira contrária às regras da Associação. Isto seria um suicídio para sua “carreira” (principalmente quando o assunto é dinheiro).

É dever dos membros leigos fazerem este tipo de questionamento, sem medo de ser chamado de Coré, Datã ou Abirão. A Obra somos nós. As pessoas comprometidas com a Obra de Deus fazem questão de que o dízimo seja utilizado para o ministério evangélico e para a salvação de almas. Onde estão os pastores? Um pastor para 4, 6 10, 15 e até 24 igrejas? Era esta a vontade de Deus quando estabeleceu o modelo representativo para a organização da IASD através de Sua mensageira?

Deus irá julgar todo aquele que, por ação ou omissão, permitir que o dízimo não seja empregado de acordo com o propósito original de Deus: Evangelismo.

7 - No livro Chuva de Bênçãos, de Ellen G. White, está escrito que "comete-se grande erro quando se retira o dízimo do fim em que deve ser empregado - o sustento dos ministros". Se o seu dízimo não é usado para pagar ministros, então você está no caminho errado.

Primeiramente devo-lhe dizer que o referido livro não é de Ellen White. Trata-se de uma compilação de Arnaldo Enríquez encomendada para tentar aumentar a arrecadação de dízimos. Como o objetivo deste livro não é mostrar o dever da organização sobre como aplicar o dízimo, mas mostrar o dever do membro em dizimar, a última parte do trecho original de Ellen White foi omitida e substituída por reticências (…). No texto original, em Obreiros Evangélicos, pág. 226, Ellen White termina o parágrafo mencionado por você dizendo: "Deveria haver hoje no campo uma centena de obreiros bem habilitados, onde existe unicamente um". Este trecho, que viria naturalmente na seqüência, foi omitido pelo compilador. Por que ele omitiu o trecho mais importante? Para evitar questionamentos por parte da igreja que sofre com a escassez de obreiros. Para a administração é mais simples omitir um trecho inspirado do que tentar cumpri-lo colocando obreiros no campo. Eu lamento que a tiragem do livro Obreiros Evangélicos, escrito por Ellen White, tenha sido de apenas 11 mil exemplares, enquanto a tiragem de Chuva de Bênçãos, uma compilação tendenciosa, tenha sido de 220 mil exemplares.

O meu dízimo tem sido usado para um outro tipo de sustento de ministros: Treinamento de obreiros voluntários e material para evangelismo. Bíblias e livros denominacionais são distribuídos como sementes, sem economia. Os resultados têm sido muito bons.

8 - Caro irmão Ricardo, tenho acompanhado a discussão a respeito do dízimo e gostaria que você comentasse o seguinte trecho de Ellen White: "Alguns têm se sentido mal satisfeitos, e dito: 'Não pagarei mais o dízimo; pois não confio na maneira por que as coisas são dirigidas na sede da obra'. Roubareis, porém, a Deus, por pensardes que a direção da obra não está direita? Apresentai vossa queixa franca e abertamente, no devido espírito, e às pessoas competentes. Solicitai em vossas petições que se ajustem as coisas e ponham em ordem; mas não vos retireis da obra de Deus, nem vos demonstrei infiéis porque outros não estejam fazendo o que é direito" CM, 93 e 94 (…)

Este trecho se refere a pessoas que deixam de devolver o dízimo porque desconfiam da administração. Felizmente este não é o meu caso por dois motivos: (1) Eu não deixei de "pagar", ou devolver, o dízimo. (2) Eu não desconfio da organização, pois desconfiança significa suposição, conjectura. Eu não suponho ou conjecturo que a organização faça mal uso do dízimo, eu tenho certeza! E os números comprovam isto.

Alguns acham que eu não devo me preocupar a respeito de como a obra aplica os dízimos. Devo apenas fazer a minha parte em dar, sem me preocupar com o que será feito. Se você acha que não se deve questionar a aplicação do dízimo responda a esta pergunta: Você devolveria seu dízimo para a Igreja Universal do Reino de Deus? Acredito que não. Mas por que não? Não porque você desconfie deles, mas porque você tem certeza de que o dinheiro não é bem administrado pela Universal. Mas eu preferiria, se fosse o caso, devolver o dízimo para a Igreja Universal a devolvê-los na Igreja Adventista. Por quê? Porque se você for agora em qualquer Igreja Universal provavelmente encontrará ali um ou mais pastores pregando, encontrará ali obreiros dispostos a orar por você e com você. Se você for em qualquer hora do dia encontrará a Igreja Universal aberta com obreiros dando atendimento espiritual. Mas se você for à Igreja Adventista agora certamente a encontrará fechada. Olhe para os templos da Igreja Universal e compare com a Igreja Adventista. Por que esta diferença tão gritante? Os membros da Universal são mais altruístas e mordomos mais fiéis, ou ainda mais ricos que os adventistas? Não estou defendendo a Igreja Universal, mas pelo menos a política lá é do tipo Paulo Maluf: “Rouba, mas faz”. E na IASD, para onde vai todo o dinheiro? Vai alimentar este monstro administrativo. Este monstro existirá enquanto dermos a ele o que comer.

9 - (…) Outro trecho que você deve estudar com humildade e oração está no mesmo livro [Conselhos Sobre Mordomia], na página 101: "A porção que Deus reservou para Si, não deve ser desviada para nenhum outro desígnio que não aquele por Ele especificado. Ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo seguindo seu próprio juízo. Não devem servir-se dele numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que possam considerar como obra do Senhor."

O meu dízimo é utilizado para aquilo que o Senhor especificou: Ministério Evangélico e salvação de almas. Não sigo o meu próprio juízo para a aplicação do dízimo, também não o utilizo para aplicá-lo numa emergência. Minha consciência não permite que eu coloque o dízimo em coisas que, mesmo sendo justas, não estejam diretamente relacionadas à salvação de almas. É por isso que sou impedido por minha consciência de remeter meus dízimos para a Associação.

10 – Quem lhe deu autoridade para administrar o seu dízimo?

A ordem de Deus é para trazermos os dízimo à Casa do Tesouro e isto eu tenho feito quando aplico meus dízimos em evangelismo na Igreja Local. A correta administração dos dízimos consiste na aplicação em mantimento para a Casa do Senhor. A regra bíblica é clara e está acima de qualquer tradição dos homens. Se eu enviasse meus dízimos por meio dos canais tradicionais (Associação) este dízimo fatalmente seria utilizado para alimentar o grande monstro que falei anteriormente e não se transformaria em salvação de almas.

Informação surpreendente à Ellen White não apenas administrava os seus dízimos como administrava o dízimo de terceiros (pessoas que, já naquela época – 1905 –  não confiavam na administração da IASD, mas confiavam na mensageira do Senhor). Ellen White usava os seus dízimos para auxiliar “ministros brancos e de cor que eram negligenciados e não recebiam suficiente e corretamente para manter suas famílias”.

Ellen White preferia não dar publicidade a este fato, mas foi obrigada a se manifestar através de uma carta de admoestação ao Pr. Watson, que era contra a atitude de Ellen G. White. Abaixo transcrevi alguns trechos desta carta­:

“Tem sido apresentado diante de mim durante anos que meu dízimo deveria ser destinado para ajudar os ministros brancos e de cor que eram negligenciados e não recebiam suficiente e corretamente para manter suas famílias…

“Com respeito ao trabalho pelos de cor no Sul, aqueles campos foram e ainda são roubados dos meios que deveriam vir aos seus trabalhadores. Se houve casos onde nossas irmãs destinaram o dízimo delas para a manutenção dos ministros que trabalham para as pessoas de cor no Sul, fique cada um em paz, se for sábio.

“Alguns casos tem sido mantidos diante de mim durante anos, e eu tenho provido as suas necessidades do dízimo, como Deus me instruiu a fazer. E se alguma pessoa disser para mim, Irmã White, a Sra. destinará meu dízimo onde saiba que é de maior necessidade? Eu direi, Sim, eu farei isto; e eu tenho feito assim…

“Eu estou enviando este assunto ao Sr. para que o Sr. não venha cometer um engano. Circunstâncias alteram os casos. Eu não aconselharia que qualquer um deveria tornar um costume a arrecadação do dinheiro do dízimo. Mas durante anos tem havido, ocasionalmente, pessoas que perderam a confiança na apropriação do dízimo e que têm colocado seus dízimos em minhas mãos, e disseram que se eu não fizesse isto, que elas iriam destinar isto para as famílias dos ministros mais necessitados que elas pudessem encontrar. Eu tenho tomado o dinheiro, dado um recibo por isto, e lhes digo como ele foi apropriado.” Mountain View, Califórnia, 22 de Janeiro de 1905.

Duas coisas interessantes neste último parágrafo: (1) Ela não aconselha que a administração do dízimo se torne um costume, mas em alguns casos isto acaba sendo inevitável: No caso dela, por exemplo, quando percebeu que alguns campos “foram e ainda são roubados dos meios” e no caso das irmãs que não confiavam na administração. (2) Ela dizia às irmãs como havia utilizado o dízimo que lhe havia sido confiado, ou seja, a irmã White prestava contas, administrava o dízimo alheio com transparência. Infelizmente isto não acontece na atual administração. Embora você envie seus dízimos mensalmente para a Associação você não tem direito de saber onde foi parar, de fato, o dinheiro. (Refiro-me a uma prestação de contas detalhada, não apenas percentual do tipo “10% vai para tal lugar, 9% vai para outro lugar, etc... )

Há dois anos atrás, quando eu era tesoureiro do grupo, liguei para a Associação e perguntei se poderia saber como os dízimos tinham sido aplicados. Depois de muita insistência recebi a seguinte resposta do auditor: “Fique tranqüilo meu irmão. O dízimo é usado naquilo que a Bíblia e o Espírito de Profecia indicam”. Além de não ser transparente, faltou com a verdade. Eles sabem disto e é por isso que não mostram os relatórios das despesas para os leigos. No dia em que mostrarem os relatórios a decepção vai ser grande e ninguém mais vai querer mandar dinheiro para lá.

11 - Eu entendo sua revolta irmão. O dinheiro que entra no seu distrito dá para pagar bem mais que um pastor e vocês só tem um ali. Mas no Nordeste as Missões não têm como se sustentar e recebem ajuda das Associações daqui. Desculpe a minha crítica, mas o irmão pensa muito localmente e nossa missão é global, nossa igreja é mundial e o irmão deveria se orgulhar disso e pensar um pouco mais além de sua igreja.

O argumento de que o dízimo recolhido nos lugares ricos vai beneficiar os lugares pobres é falso. Isto é mentira! É praticamente impossível encontrar um distrito deficitário (que arrecada menos que o salário do pastor). De fato, as igrejas das regiões Norte e Nordeste são bem mais pobres que as do Sul e Sudeste. Como a organização resolve o problema da pobreza do Nordeste? Eles simplesmente aumentam o tamanho dos distritos nas regiões mais pobres colocando um pastor para cuidar de um grande número de igrejas.

No Nordeste um pastor cuida, em média de 13,4 igrejas. Isto significa que a cada trimestre o pastor visita a igreja.

Há algum tempo atrás tive a oportunidade de conhecer, pela Internet, uma irmã de Alagoas. Fiz algumas perguntas a ela sobre isso e a resposta que obtive foi a seguinte:

Congrego em uma igreja pobre, onde são enviados cerca de R$ 1.000 ,00 por mês a Missão, e o pastor só aparece uma vez por mês, para pregar. Está caro demais!

Agora o testemunho de um irmão da Bahia cujo distrito tem mais de 15 igrejas (5 na cidade e mais de 10 no interior):

Aqui em nosso distrito, do qual nossa igreja é a Central (Itapetininga-BA), temos só na cidade 4 igrejas (com uma média de 100 membros) e um grupo, mas na sua totalidade são mais de 15 igrejas (e olha que é chão de uma para a outra); sem contar ainda o fato de que quando chove há  locais que não se chega (só de helicóptero!). Para um pastor só é um trabalho hercúleo! Deus os acuda!

Será que a situação no Sul e Sudeste é melhor? No Rio Grande do Sul, um pastor cuida, em média de 6 igreja. Na Associação Paulista Central um pastor cuida, em média de 7,4 igrejas­.

Este argumento de que o dízimo arrecadado em regiões mais ricas vai auxiliar campos mais pobres é uma mentira vergonhosa inventada para justificar o desaparecimento dos recursos. Não se pode enganar a todos durante todo o tempo, principalmente nesta época de "overdose" de informação. O critério na distribuição de pastores é claramente baseado no dinheiro que as igrejas produzem. Uma igreja só terá um pastor exclusivo se arrecadar dinheiro suficiente para pagar 10 pastores.

Recentemente li no site da União Nordeste Brasileira um relato do Pr. Heron Santana a respeito da criação de mais 4 regiões administrativas nesta União, ou seja, mais quatro edifícios administrativos com departamentais, secretárias e todo tipo de despesas administrativas.

"Confirmada, no último domingo, a criação de quatro novas regiões administrativas da igreja Adventista no território coordenado pela União Nordeste Brasileira, que começam a atuar oficialmente em janeiro de 1999."

Agora note os números divulgados:

Associação Pernambucana: 110 igrejas + 188 grupos para 25 pastores.

Missão Nordeste: 46 igrejas + 84 grupos para 13 pastores (Provavelmente tem mais gente trabalhando no prédio da missão do que pastores no campo. Só treze pastores no campo? Isto é vergonhoso!)

Associação Bahia Sul: 109 igrejas + 239 grupos para 19 pastores. Isto é realmente terrível! Na Associação Bahia Sul, temos um pastor para 18,3 igrejas, ou seja, o pastor vai aparecer na igreja uma vez a cada 4 ou 5 meses. Será que está faltando pastores na praça? Por que estão mandando os recém-formados em teologia colportar? Já soube de pastores que estão sendo demitidos em função de uma reestruturação na Organização. O que está acontecendo? É simples! A profecia de Ezequiel 34 está se cumprindo:

"Vocês, autoridades, são os pastores de Israel. Ai de vocês, pois cuidam de vocês mesmos, mas nunca tomam conta do rebanho. Vocês bebem o leite das ovelhas, usam a sua lã para fazerem roupas e matam e comem as ovelhas mais bem tratadas, porém não cuidam do rebanho. Vocês não tratam as fracas, não curam as doentes, não fazem curativos nas machucadas, não vão buscar as que se desviam, nem procuram as que se perdem. Ao contrário, vocês tratam as ovelhas com violência e crueldade. E por não terem pastor elas se espalharam. Animais ferozes mataram e comeram as ovelhas… Por não terem pastores minhas ovelhas foram atacadas, mortas e devoradas por animais ferozes. Os meus pastores não foram procurá-las. Eles estavam cuidando de si mesmos e não das ovelhas" Ezeq. 34:2-5 e 8

Alguns números oficiais divulgados pela organização que podem ser conferidos em

(www.adventist.org/pages/factsfigures.html) Dados de 1997: 

Igrejas no Mundo

43.270

Pastores Ordenados Ativos

13.243

Total de Obreiros Ativos

153.617

Dividindo o número de obreiros ativos por igreja teremos 3,55. Isto significa que para cada igreja a obra emprega 3,55 funcionários. Para um distrito de 6 igrejas, por exemplo, a obra tem empregado mais de 21 funcionários. O pastor trabalha no distrito, mas e os outros 20 funcionários, onde estão? Como estes outros 13 funcionários têm ajudado o distrito? Eles têm pregado o evangelho? Para quem?

12 - O irmão tem desfrutado de apoio às idéias expostas ou tem tido dificuldade em sustentá-las?

Na realidade não exponho idéias, exponho fatos e números. Isto é bem simples de sustentar e provar. Não apresento críticas, estou apresentando notícias. O irmão poderá confirmar estes fatos fazendo uma análise de seu distrito e da realidade de sua igreja. Para tanto responda objetivamente às seguintes questões:

*Quantas igrejas tem seu distrito?

*Quantos pastores servem seu distrito? (Em geral a resposta para esta pergunta é "só um")

*Qual é a média de remessa distrital para a Associação/Missão?

*Quanto ganha o pastor distrital?

*Que benefícios sua Igreja recebe da Associação/Missão como retorno do dízimo enviado?

13 – Por que você está tentando induzir as pessoas a não devolverem o dízimo para a Associação? É uma campanha anti-organizacional?

Eu nunca tentei induzir as pessoas a não devolverem o dízimo para a Associação. Minha intenção através deste debate é mostrar os motivos que me levaram a destinar meu dízimo para o evangelismo. É possível que algumas pessoas, através deste debate, abram os olhos para a realidade e passem a aplicar seus dízimos em algo produtivo: salvar almas. Não sou eu quem deve dizer como as pessoas devem aplicar seus dízimos. Cada um deve agir de acordo com sua consciência. Mas lembre-se que a Bíblia e o Espírito de Profecia têm maior autoridade que a nossa consciência e eles são bem claros quando abordam a questão do destino dos dízimos.

14 – Você não tem receio de denegrir a imagem da igreja com suas declarações sobre a administração da igreja?

Pecados públicos realmente causam escândalos. Ao divulgar publicamente estas informações certamente serei acusado de estar denegrindo a imagem da igreja. Mas quem, na verdade, está denegrindo a imagem da igreja? Escolha a alternativa correta, A ou B:

a) Quem faz a corrupção. b) Quem denuncia a corrupção.

a) Os pastores que não visitam os membros. b) Quem denuncia que os pastores não visitam os membros.

a) Quem utiliza mal os dízimos. b) Quem denuncia que os dízimos são mal utilizados.

a) Quem comete um pecado público e não se arrepende. b) Quem denuncia o pecado e exige mudanças.

Sem dúvida a alternativa A é a correta para todas as perguntas. Deus nunca quis encobrir o pecado, pelo contrário, uma das funções do Espírito Santo é mostrar o pecado e conduzir o pecador ao arrependimento. O desejo de Deus é que o pecador se arrependa, reforme suas atitudes e seja salvo.

Meu único receio é que alguns irmãos deixem de dizimar quando, através deste debate ou de outras fontes, se conscientizarem da triste realidade na Administração da IASD. Espero que isto não aconteça pois Ellen White disse que a má Administração na IASD não deve ser motivo para deixarmos de dizimar. Ela não deixou de dizimar por isso, apenas redirecionou seus dízimos para algo produtivo. Deus promete bênçãos para os fiéis dizimistas e aqueles que são fiéis sabem exatamente o que estou dizendo e certamente experimentam as mesmas bênçãos que eu tenho experimentado. Jamais deixe de ser fiel quando descobrir que a administração da igreja que você tanto ama não cumpre o seu papel. Devolva o seu dízimo com alegria ou para a Associação ou para um projeto de evangelismo de sua igreja local, mas nunca proceda de maneira contrária à sua consciência. Não seja consciência para ninguém e não permita que outros sejam consciência para você. Nunca deixe de dizimar com alegria. Hoje a grande maioria das pessoas não dizima com alegria, pois não mais vê o fruto da boa aplicação dos dízimos.

Deus deu uma mensagem maravilhosa para Sua Igreja transmitir ao mundo. Temos uma mensagem profética, uma mensagem de saúde, uma mensagem de salvação que já deveriam ter abalado o mundo. Não podemos depender da administração para concluir uma obra que é nossa. Não devemos ficar reclamando do pastor que não aparece na igreja ou não visita as famílias. Esta obra é sua e minha, pois Deus no-la confiou. A obra é dos leigos. O seu dízimo não substitui o seu trabalho. Aceite desafios espirituais. Distribua literatura em abundância. Dê Bíblias de presente aos interessados de sua Classe Bíblica. Faça um plano de visitar um irmão por semana (comece pelos mais fracos espiritualmente). Leve um livro de Ellen White de presente para ele. Faça uma dedicatória inspiradora dizendo que o ama. Estabeleça um novo grupo em um bairro onde ainda não há uma igreja adventista, invista em evangelismo infantil, apoie o pastor de sua igreja. Baseie suas ações na Bíblia e só na Bíblia. Ore com sinceridade pedindo a direção de Deus. Você não vai errar se fizer isto.

“Uma página após outra poderia ser escrita com relação a estas coisas. Associações inteiras estão se tornando levedadas com os mesmos princípios pervertidos. ‘Porque os seus ricos estão cheios de violência, e os seus habitantes falam mentiras; e a sua língua é enganosa na sua boca.’ O Senhor operará para purificar a sua igreja. Digo-vos com verdade que o Senhor está prestes a virar e transtornar as instituições chamadas pelo Seu nome.” - Ellen G. White em Testemunhos para Ministros, pág. 373. Escrito em 1897.

Diante desses fatos clamamos: “Ora vem Senhor Jesus”

Ricardo Nicotra

Ancião da Igreja Adventista do Sétimo Dia de São João Clímaco.

ricardonicotra@hotmail.com

 

 


Remessas do Grupo de São João Clímaco para a Associação Paulistana

 

 

 

 

 

Taxa Mês:

1.50%

 

 

 

 

Líquido Remessa

Remessa Corrigida

10/10/1994

 R$         921.00

 R$ 2,095.01

10/11/1994

 R$      1,097.00

 R$ 2,457.26

10/12/1994

 R$      1,571.00

 R$ 3,467.00

10/01/1995

 R$      2,120.00

 R$ 4,607.15

10/02/1995

 R$      1,277.00

 R$ 2,732.79

10/03/1995

 R$      1,460.00

 R$ 3,081.29

10/04/1995

 R$      1,576.00

 R$ 3,275.33

10/05/1995

 R$      1,405.00

 R$ 2,876.79

10/06/1995

 R$      1,667.00

 R$ 3,361.14

10/07/1995

 R$      1,758.00

 R$ 3,492.23

10/08/1995

 R$      1,158.00

 R$ 2,265.23

10/09/1995

 R$      2,011.00

 R$ 3,873.77

10/10/1995

 R$      1,975.00

 R$ 3,748.20

10/11/1995

 R$      2,017.00

 R$ 3,769.46

10/12/1995

 R$      1,070.00

 R$ 1,970.11

10/01/1996

 R$      2,982.00

 R$ 5,406.72

10/02/1996

 R$      2,336.00

 R$ 4,170.78

10/03/1996

 R$      1,797.00

 R$ 3,162.58

10/04/1996

 R$      1,348.00

 R$ 2,336.16

10/05/1996

 R$      1,834.00

 R$ 3,131.45

10/06/1996

 R$      2,385.00

 R$ 4,010.08

10/07/1996

 R$      2,358.00

 R$ 3,906.09

10/08/1996

 R$      1,643.00

 R$ 2,680.12

10/09/1996

 R$      2,561.00

 R$ 4,113.82

10/10/1996

 R$      2,287.00

 R$ 3,619.39

10/11/1996

 R$      2,395.00

 R$ 3,732.45

10/12/1996

 R$      2,715.00

 R$ 4,168.62

10/01/1997

 R$      2,425.00

 R$ 3,666.50

10/02/1997

 R$      2,256.00

 R$ 3,358.91

10/03/1997

 R$      3,110.00

 R$ 4,566.51

10/04/1997

 R$      3,124.00

 R$ 4,517.03

10/05/1997

 R$      2,183.00

 R$ 3,109.78

10/06/1997

 R$      1,957.00

 R$ 2,745.27

10/07/1997

 R$      2,500.00

 R$ 3,455.16

10/08/1997

 R$      2,328.00

 R$ 3,168.33

10/09/1997

 R$      1,646.00

 R$ 2,205.95

10/10/1997

 R$      1,312.00

 R$ 1,732.34

10/11/1997

 R$      1,660.00

 R$ 2,158.37

10/12/1997

 R$      2,145.00

 R$ 2,747.76

10/01/1998

 R$      2,406.00

 R$ 3,035.05

10/02/1998

 R$      2,228.00

 R$ 2,767.60

10/03/1998

 R$      2,355.00

 R$ 2,884.99

10/04/1998

 R$      2,169.00

 R$ 2,616.57

10/05/1998

 R$      1,721.00

 R$ 2,045.44

10/06/1998

 R$      2,742.00

 R$ 3,209.16

10/07/1998

 R$      3,411.00

 R$ 3,933.15

10/08/1998

 R$      1,407.00

 R$ 1,597.61

10/09/1998

 R$      1,809.00

 R$ 2,022.71

Total

 R$    96,618.00

 R$  153,055.23

 

Para maiores informações sobre como o dízimo é, de fato, empregado pela administração, solicite uma cópia do livro de praxes administrativas da Divisão Sul Americana/1993.

Para saber quanto ganha um pastor adventista (salário + benefícios), solicite o artigo número 2 da série “Vencendo Obstáculos”

Solicite a carta ao Pastor Watson na íntegra.

Para maiores informações sobre o tamanho dos distritos de outras Associações, solicite o artigo número 1 da série “Vencendo Obstáculos”

NOTA Mensagens Finais: Todos estes tópicos se encontra no Estudo:

O Dízimo no Novo Testamento continua valendo?